ESCRITORES

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O bar, o bordel e oito mulheres hedonistas


Hedonismo, Luiz Neves de Castro, Literatura Erótica

Um fascinante mergulho na vida hedonista, espantosa e instigante de um narrador-personagem que se mantém incógnito até quase o final da narrativa. Sem apelações pornográficas, este conto surpreende pelo erotismo apresentado em suas inumeráveis formas: do romântico ao dark, passando pelo surreal, louco e obsceno. Mais do que um conto erótico, "O bar, o bordel e oito mulheres hedonistas" oferece ao leitor oito micro-histórias de mulheres que se envolvem (mesmo involuntariamente) ao culto e hedonismo do sexo com beleza, lascívia e delicadeza de estilo....


Hedonismo, Literatura Erótica, Contos Eróticos
Leia alguns fragmentos: 
"Maria Lolita – ninfeta à Nabokov; sensualidade e desejos à flor da pele; fogosa, irresistível, indomável. Desde sua noite de primícias que seu acentuado apetite sexual só é saciado em ménage à trois por mim e Jesus Jatobá, afamado frequentador que às vezes se faz meu parceiro de cama, de copo e de cruz; únicos que a deixam levitando após os ritos eróticos de uma grande noitada. Maria Lolita sempre dança rebolando sensualmente, e nesses momentos, Jesus Jatobá costuma dizer: “Essa cortesã é uma tentação obscena, incita-nos a luxúria e a sodomia”; no meio da noite, quando abatida pelo cansaço, se deixa dominar, dorme; sua alma dorme profundamente, seu corpo, ao contrário, se mantém vivo e pleno de feminilidade; descanso sentindo a fragrância que deixa cada palmo do quarto saturado de sua intimidade; quando desperta, ao se afastar do recinto, deixa sempre um rastro abstrato de pura fascinação."

"Maria Casmurra – balzaquiana cujo rosto já denota certa materialidade do tempo; em público casta, ensimesmada, sempre resmungando e de mal com a vida, reclama de tudo. Em privado consegue dissimular muito bem o contrário daquilo que aparenta, gosta extremamente do ofício; de palavra depravada, mãos exímias com seus dedos sábios, dedos errantes que adentram meu corpo atrás, na frente, em cima, embaixo, entre, dedos que não brocham; exímia mais ainda com a boca, esse órgão que serve à vida, ao verbo e ao sexo; tem um jeito especial de me beijar o sexo que deixa o mundo rodando, e tudo vai ficando solto, convulso, desconexo". 

Ou, pode ser... 

"Maria Gata Mansa – bela e sensual, de gestos mansos, meiga e manhosa; de pele alvinha e sem manchas, mamilos cor-de-rosa, felídea selvagem quando está comigo na cama; assemelha-se demais aos felinos com sua sensualidade agressiva e seu caminhar sigiloso de gata vadia".
 
Ou, por fim...

"Maria Gioconda – riso silencioso de Mona Lisa; enigmática, tímida e frígida, uma pedra, abstrata, alheamento total na cama, nem mesmo Jesus Jatobá, o falo libidinoso do bordel, consegue lhe dar prazer, por mais diminuto que seja. Fraca figura feminina que contém fortalezas dentro de si, alma fugidia, de corpo inalcançável. Apesar de hermética, mantenho estranha relação com ela; excita-me o cheiro canforado que emana de sua cona, arrepios deliciosos percorrem meu corpo, uma cócega sobe entre minhas coxas e se aninha no meu sexo; o odor de sua intimidade me embriaga os sentidos; tenho orgasmos espontâneos."

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